segunda-feira, 16 de junho de 2008

Atendendo ao desenrolar dos acontecimentos dos últimos dias, urge o esclarecimento de algumas verdades acerca do processo negocial:

1- A revolta dos transportadores resulta de diversos problemas, que não só o gasóleo e que estavam em negociações com o governo há diversos meses mas sem resultados. Ex: Ajudas de custo TIR, regulamentação especifica laboral/social, etc…

2 – A paralisação foi decisiva para o início do processo negocial, no entanto revela-se agora imprescindível revelar o que acorreu nos últimos dias bem como a verdade de algumas das medidas.

Das medidas Apresentadas:
Muitos teóricos defendem que estas foram lesivas para o estado, no entanto numa análise mais cuidada poderá não ser assim.

Exemplo: Majoração de 20% do combustível, na prática corresponde a um desconto virtual e não efectivo de 5% no combustível que está diretamente dependente da rentabilidade das empresas, importante evidentemente para o sector e aparentemente suportado pelo Estado, quando não é mais que demagogia, pois não nos podemos esquecer que este sector transferiu 100.000 Milhões de litros de consumo para Espanha engordando os cofres do Estado de Espanha em detrimento do Português dada a diferença de preços, finalmente teremos reunidas as condições para retomar consumos em Portugal

Do processo negocial:
No final do dia de 2ª Feira, apresentados os resultados da 1ª ronda negocial entendeu a comissão mediadora de transportadores (nomeada no sábado em reunião magna para representar todos os que se reviam na paralisação) que estavam reunidas as condições para desmobilizar.

No entanto um grupo de transportadores do Carregado, não acatou a ordem dada por Silvino Lopes, tendo optado depois por mudar de posição e manter a paralisação, o que provocou discórdias a nível nacional e tensões extremadas que lamentamos, no entanto foram varias as manifestação de discórdia desta posição mas de solidariedade, que aumentaram exponencialmente após a morte de um colega que lamentamos.

O que se ganhou da tarde do dia 9 até à tarde do dia 11?

Na proposta:
Ganhou-se a majoração de 20% de combustível consumido em Portugal
Perdeu-se a abolição do imposto de camionagem gradual e o desconto de 15 a 20% das Portagens pelo período de 24H

O que se perdeu:
Perdemos um colega
Perdemos todos muitas horas de sono e de trabalho
Vários camiões vandalizados
2 dias negativos na nossa economia com um prejuízo incalculável

Quem ganhou:
António Lóios, que não sendo transportador ganhou protagonismo com o apoio de Silvino Lopes e de um grupo de transportadores do carregado

Balanço:
Perderam os pequenos transportadores que trocaram um ganho efectivo com a abolição do imposto de camionagem por um ganho potencial e virtual de desconto no combustível
Perde o sector que conseguiu mostrar a sua importância na economia nacional mas da pior maneira.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns e votos de um longa vida para o blog, neste últimos dias nunca de falou tanto do sector de transportes como agora e o pouco que se falava era para dizer mal de uns quantos camiões que ocupam as estradas nem se sabe bem porque!!!
Pois agora descobriu-se para que servem!!!
Ficou claro o desespero de muitos e o sentido de oportunidade politica feita à conta dos transportadores.
Certo é que ninguém sabe de onde veio este ANTONIO LOIOS, porta-voz de uma comissão mediadora, mas que afinal segundo sei, foi nomeado apenas pelo SILVINO LOPES e não pela comissão, enfim!!!!
Sabe-se apenas que é militante activo do PSD e tem procurado "crescer" dentro do partido.
No meio disto tudo acho que os transportadores foram usados como peões num tabuleiro de xadrez.
Certo é que do outro lado o Governo não se apercebeu que tinha feito uma péssima jogada no passado ao liberalizar o mercado dos transportes, agora, pagou caro o erro. Este cenário era previsível e anunciado, a duvida era quando iria acontecer!!???
Mas o facto do Governo deixar na gaveta dossiers como Ajudas de custo e Legislação especifica Laboral/Social, contribuiu na minha opinião para uma mistura explosiva, no sector, pequenos e grandes transportadores com problemas sérios para resolver.
Os pequenos paguem cara a sua inexperiência num mercado de concorrência perfeita e atomizado, onde é extremamente difícil a diferenciação, enquanto os grandes são perseguidos pelas acções de fiscalização que obrigam ao cumprimento de legislação completamente desajustada da realidade do mercado nacional e que nos coloca num patamar absolutamente ridículo no contexto ibérico e europeu.
ERA URGENTE RECUPERAR COMPETITIVIDADE, MAS PARECE-ME QUE OS TEMAS MAIS SENSIVEIS FICARAM PENDENTES DE “GRUPOS DE TRABALHO”
A ver vamos, até que ponto foram os transportadores usados e se não terá sido tudo em vão.
Certo é que o sector nunca mais será o mesmo!!!!