A Direcção regional do Centro da Antram demitiu-se em bloco no sábado, pouco antes de ser votada uma moção que propunha a sua destituição. Os transportadores da região não concordam com os termos do acordo assinado com o Governo, e que pôs termo à paralisação dos camionistas.
O acordo entre a Antram e o Governo fez as primeiras “vítimas” entre os dirigentes da associação dos transportadores rodoviários de mercadorias. Reunidos no sábado, os associados da Região Centro forçaram a demissão da direcção regional, que optou por se demitir em bloco em vez de arriscar o resultado da votação de uma moção de destituição.
Em declarações públicas, António Sousa, um dos contestatários, afirmou que “a Direcção não tinha condições para continuar. Os nossos objectivos foram atingidos”. E justificou a posição: “a maioria dos sócios está descontente com a actual Direcção Regional, por esta não ter respeitado e salvaguardado os interesses dos sócios nas negociações que colocaram termo à paralisação dos camionistas em Junho”.
Ao contrário do que ficou estabelecido no acordo com o Governo, os empresários do Centro, associados da Antram, pretenderiam “a redução das portagens e do IRC em 25%, o fim faseado do Imposto de Camionagem em cinco anos e a revisão da Lei que nos obriga a parar ao sétimo dia, passando para o nono, por sermos um país periférico”, acrescentou António Sousa.
A demissão da Direcção regional do Centro provocará mexidas na Direcção nacional da Antram, presidida por António Mousinho, que integra por inerência os líderes regionais.
Um mês depois da assinatura do acordo com o Governo, que colocou um ponto final na paralisação dos camionistas, a Antram está a promover encontros regionais com os associados para explicar as consequências práticas do protocolo. À face dos acontecimentos na Região Centro, estará também em causa, nessas reuniões, controlar a contestação interna e, no limite, impedir a saída de mais associados para a recém-criada ANTP.
A Direcção da ANTP reúne-se depois de amanhã com o Governo para debater o estado do sector.
Transportes & Negócios
quarta-feira, 23 de julho de 2008
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